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21 novembro 2012

Fim do fator previdenciário

Um dos grandes problemas que temos, no Brasil, é que, quando interessa ao poder econômico (diga-se aqui governo federal), as mudanças de regras acontecem em pleno jogo, sempre penalizando aqueles que aceitaram as regras que, ao fim, não são cumpridas. É o caso da aposentadoria por tempo de serviço. Quando comecei a assinar carteira de trabalho - ainda com uma carteira de menor, para quem não lembra, era verdinha, diferente da azul de hoje - a regra era clara: qualquer cidadão precisava chegar aos 35 anos de contribuição para poder requerer aposentadoria. Perfeito, se as regras fossem cumpridas. Não foram. 
Como disse um deputado, há uma demanda reprimida de aposentadoria porque muitos, como eu, estão com o tempo cumprido ou já ultrapassaram, mas não querem cair numa regra perversa feita por um governo de centro - FHC, mas com a bênção da esquerda, Lula e Dilma, que nos retira até 30% dos vencimentos, diga-se de passagem, sobre um salário máximo que não chega aos quatro mil reais, quando, no nascedouro, o teto era de dez salários mínimos! Há uma mobilização nacional para que se pressione o Congresso e também a presidente Dilma. 
Os rombos da Previdência não foram causados pelos aposentados, menos ainda pelos trabalhadores, mas por aqueles que - governo após governo - administraram mal os recursos que foram recolhidos - compulsoriamente, quando não foram desviados! 
O senador Paulo Paim chegou a falar em greve de fome para que se aprove e sancione a mudança. Sugiro que todos pensem no assunto porque, se eu estou falando em causa própria, não esqueçam que se as regras não mudarem agora, haverão de causar problemas para as futuras gerações. Numa emissora de rádio, uma repórter falou que "faltava responsabilidade" por parte de quem queria o fim do fator previdenciário. 
A pergunta que não quer calar é: "na ponta do lápis, os recursos existem, mas cumprem com o papel de pagar os aposentados e ainda injetar recursos no caixa do governo. Quem, afinal, tem que pagar a conta?"

01 setembro 2010

O voto é seu

Faltando em torno de um mês e meio para as eleições em diversos níveis – presidência, governo, senado, câmara dos deputados e assembléia legislativa – a campanha eleitoral ainda não embalou. Mesmo iniciada a propaganda eleitoral em horários nobres – para desespero da maior parte das pessoas – não se percebe interesse por parte da população. Bem pelo contrário: a apatia é a regra e o desinteresse quase que total.
Até o início de outubro, muitas águas vão passar, mas nada indica que exista mudança no comportamento do eleitor. E por que esta indiferença? Infelizmente, em todos os níveis, o que se vê é a banalização dos escândalos, com desvios de recursos e comportamentos que beiram o deboche: a repetição de um discurso recheado de expressões sociais bate no vazio das ações, ou em atos escusos, onde se mascaram números, ficando para investimentos priorizados pela população – educação, saúde, segurança – migalhas comparadas às somas que são investidas nas máquinas eleitorais.
Sobram produções cinematográficas maquiando candidatos sabidamente sem atrativos populares – até com dificuldade de um dos atos mais simples de simpatia: sorrir - vendidos como solução para todos os problemas. É preciso reconhecer que o trabalho de profissionais do marketing ainda consegue vender “gato por lebre”. Pena é que, muitas vezes, está embutido bem mais do que apenas um pobre animal, também um projeto político que tem o verniz de realização cidadã, escondendo interesses de grupos que controlam a máquina administrativa, tanto à direita, quanto à esquerda.
Gostaria de dizer que existe alguma chance de mudança em curto prazo. Não creio. Mesmo havendo um grande número de políticos honestos, não está em suas mãos o controle e a decisão dos investimentos. Veja-se o Senado e a Câmara Federal dando espetáculos vergonhosos. Ainda temos - como gaúchos - fama de “certinhos” e, mesmo assim, já vemos estes sinais se repetindo em executivos e legislativos. Antene-se: o voto é seu, mas as decisões futuras não. Portanto, é um gesto de confiança que deve ser bem pensado, para não se arrepender num futuro bem mais próximo do que você imagina.
Postado por Manoel Jesus
Professor de Comunicação da UCPel.

30 maio 2010

Sem misturas

Na semana passada, contaram-me que um religioso, em plena celebração, pensando estar agradando, solicitou à assembléia rezar pela seleção brasileira de futebol. Chegou a dizer que, neste momento, a seleção representava a própria nação, portanto a todos nós. Fui buscar - no meu arquivo de memória - a diferença entre país e nação e, acreditem, o religioso fez uma grande e preocupante confusão.
Meus professores de sociologia diziam que um país se define por seus espaços territoriais (de forma simplista, os estados que o compõem) e nação é uma definição mais de afinidades ideológicas, culturais e de costumes. Lembrei, também, o que já foi dito um dia, ao jogar a seleção: “a pátria veste chuteiras”. Exagero. Ao longo da História, citações destas muito mais do que auxiliar, atrapalharam e criaram expectativas, sem corresponder à realidade.
Neste espaço já falei de guerras ideológicas ou religiosas que são, no fundo, disputas financeiras. Mesmo tendo um ideólogo ou um religioso à frente, por detrás estão fortes interesses financeiros capazes de alimentar contendas que, ao final, nunca os prejudicam. Mas lançam países em situações deploráveis, como vemos, hoje, no Oriente, onde uma pseuda disputa com fundo religioso tem por objetivo saber quem vai controlar o petróleo que alimenta as economias mundiais.
Recentemente, consultores internacionais estiveram no Brasil e afirmaram que a federação internacional de futebol, ao realizar uma copa do mundo num país, não está se importando com o quando o país vai lucrar, mas o que ela vai arrecadar, juntamente com seus patrocinadores. E mesmo jogadores que vão a estas disputas têm como interesse o que ganham diretamente, em patrocínio e a vitrine para futuras negociações.
Portanto, não vamos misturar as coisas: este será um período de entretenimento. Vamos aproveitar para ver um bom futebol e até torcer por aqueles que vestem a camiseta da seleção brasileira, mas não achando que eles podem solucionar nossos problemas. O máximo que conseguem é o que nossos políticos fazem: um recesso bem remunerado para que o barco continue andando depois... Já em ritmo de eleições...