NOVANET

Vida Plena

Gordices da KÁ

23 setembro 2014

1,3 mil técnicos são treinados para combater a Doença da Folha Verde do Tabaco

Treinamentos realizados entre julho e setembro na Região Sul do Brasil ampliaram conhecimento de profissionais das empresas associadas ao SindiTabaco. Cartilha será distribuída no campo para aumentar conscientização.

Enquanto os produtores de tabaco aguardam para iniciar a colheita de uma nova safra, um grande treinamento reuniu as equipes de campo de 16 empresas associadas ao Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), com o objetivo de ampliar conhecimentos sobre a Doença da Folha Verde do Tabaco. Realizado em doze eventos, entre julho e setembro, o treinamento GTS e Colheita Segura do Tabaco aconteceu nas principais regiões produtoras de tabaco da Região Sul do Brasil e contou com a participação de 1,3 mil profissionais das equipes de campo das empresas associadas. No Rio Grande do Sul foram realizados encontros em Camaquã, Canguçu e Santa Cruz do Sul. Em Santa Catarina, os eventos foram realizados em Araranguá, Canoinhas, Maravilha e Rio do Sul. Já no Paraná, Irati e Realeza sediaram os seminários.
Conhecida pela sigla GTS (Green Tobacco Sickness), a Doença da Folha Verde do Tabaco é uma intoxicação aguda moderada causada pela absorção de nicotina pela pele em contato com a folha úmida do tabaco. O médico do Trabalho e doutorando em Genética Toxicológica com pesquisa sobre o tema, Dr. Jodel Alves, palestrou nos eventos e avaliou de forma positiva a iniciativa. Segundo ele, informação pode ser diferencial no diagnóstico correto. Isso porque o GTS possui sintomas semelhantes à da exposição por agrotóxicos. “É comum a confusão uma vez que não existe na classe médica e no serviço de saúde esclarecimento e treinamentos sobre esta enfermidade, o que seria de fundamental importância na região produtora de tabaco”, afirma. 
FATORES DE RISCO – A exposição à nicotina acontece no contato da pele com a resina da planta (goma) nas folhas de tabaco durante a colheita, no desponte, no recolhimento da lavoura e no carregamento das estufas e galpões de cura. Por isso, o não uso de luvas e da vestimenta apropriada, associado ao calor, aumentam as chances da intoxicação. Absorvida pela pele, a nicotina é transportada até os vasos sanguíneos. Sua absorção é maior com o aumento da área exposta e com a presença de lesões de pele. A Doença da Folha Verde do Tabaco tem sintomas passageiros e variam em intensidade e persistência, de acordo com cada indivíduo e o grau de exposição. São eles: náuseas, vômitos, tonturas, dor de cabeça, diarreia, perde de apetite, dor abdominais, visão embaçadas, lacrimejamento, abatimento, dificuldade para respirar, alteração na frequência cardíaca e pressão sanguínea.
COMO SE PROTEGER?
A intoxicação causada pela nicotina das folhas do tabaco e sua ocorrência pode ser prevenida com a utilização da vestimenta para Colheita do Tabaco. A vestimenta de colheita que os produtores recebem ao preço de compra pelas empresas começou a ser desenvolvida em 2009, quando o SindiTabaco contratou um consultoria  especializada para pesquisa, desenvolvimento e descrição das especificações técnicas da vestimenta. Entre 2010 e 2011, uma segunda empresa  foi contratada, desta vez para avaliar a eficácia da vestimenta, sua segurança operacional e o grau de proteção à Doença da Folha Verde do Tabaco. O estudo comprovou cientificamente que a vestimenta de colheita assegura uma diminuição da exposição dérmica de 98%, sendo considerada altamente eficiente no controle do problema. A vestimenta aprovada é confeccionada em nylon (100% poliamida) emborrachado e resinado, impermeável à água. A cor verde clara oferece conforto térmico e o desconforto com relação ao calor é diminuído com aberturas para ventilação nas costas da blusa. A luva nitrílica acompanha o kit e recomenda-se ainda o uso de chapéu e botas.
“Além dos altos investimentos feitos nas pesquisas de desenvolvimento de uma vestimenta eficaz, as empresas tem investido em informação e conscientização sobre o tema, com o objetivo de preservar a saúde e a segurança dos produtores integrados”, afirma o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke. Segundo o executivo, uma cartilha sobre o GTS deverá circular no campo ainda nesta safra, abordando os principais cuidados relacionados à doença.

Nenhum comentário: