A candidatura de Juliana Brizola (PDT) ao Palácio Piratini sofreu um revés após o indiciamento dela pela Polícia Civil, conforme reportagem da jornalista Adriana Irion, do Grupo de Investigação (GDI) da RBS.
De acordo com a apuração publicada por GZH, Juliana foi indiciada com base no artigo 102 do Estatuto da Pessoa Idosa, sob suspeita de se apropriar de valores pertencentes à avó materna, Dóris Daudt, de 99 anos. Juliana nega as acusações e lamenta o vazamento de informações de um inquérito que, segundo ela, tem origem em desavenças familiares.
A origem do inquérito
Segundo GZH, a investigação começou a partir de uma ação movida pelo tio de Juliana, Alfredo Daudt Júnior, irmão de Nereida Daudt Brizola, que pediu a curatela da mãe no início deste ano, alegando que a sobrinha estaria negligenciando os cuidados com a idosa.
Em fevereiro, a Justiça concedeu a curatela a Alfredo, que vive em Santa Catarina, e ele teve acesso à conta bancária conjunta da mãe com Juliana. Conforme a reportagem, o filho constatou que a conta estava negativa em cerca de R$ 44 mil, embora Dóris tenha recebido, em 2024, uma indenização de R$ 1,8 milhão e receba uma pensão mensal de R$ 25 mil do Estado brasileiro, por ser viúva de Alfredo Ribeiro Daudt, excluído da Aeronáutica por envolvimento no movimento da Legalidade.
Ainda segundo a apuração, foram anexados extratos que mostram empréstimos de R$ 100 mil e R$ 420 mil, feitos em nome da idosa, além de transferências para terceiros e pagamentos de despesas que não estariam relacionados aos cuidados com Dóris, que tem sequelas de um AVC sofrido em 2021.
O que diz Juliana Brizola
Em nota, Juliana afirmou que dedica “amor e cuidado” à avó e que, há 20 anos, é responsável por seu suporte. Disse ainda que mantém com ela uma conta conjunta desde 2018, muito antes de qualquer limitação de saúde, e que há despesas e rendimentos de ambas.
“Sou a única familiar que vive em Porto Alegre e que acompanha diariamente sua vida, sua rotina e cuidados com sua saúde. Lamento o vazamento de documentação contendo informações tão íntimas da nossa vida e o possível uso político disso”, declarou.
O que diz a defesa
O Escritório Aury Lopes Jr Advogados, responsável pela defesa de Juliana Brizola, informou que discorda das conclusões da autoridade policial e que a investigação trata de uma divergência familiar, a ser resolvida na esfera cível.
“Os fatos foram apresentados de maneira distorcida e serão devidamente esclarecidos no juízo cível, pois não há configuração de delito. O que existe é uma divergência familiar consubstanciada em pedido de prestação de contas formulado por familiar insatisfeito”, diz a nota.
O outro lado
Os advogados Andrei Zenkner Schmidt e Bruna Aspar Lima, que representam Alfredo Daudt Júnior, disseram à repórter Adriana Irion, de GZH, que ratificam todas as conclusões do inquérito policial.
“A apropriação de valores pertencentes à vítima está amplamente comprovada pela prova documental e testemunhal. Espera-se que a denúncia seja oferecida pelo Ministério Público para apuração dos delitos e dos danos causados”, afirmaram.
Fonte: Site Sb News / Com informações de GZH / reportagem de Adriana Irion.

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