NOVANET

Vida Plena

Gordices da KÁ

13 julho 2023

Vereador Xico Vilela (PP) é denunciado por injúria racial pelo MP em Canguçu

O Ministério Público do RS denunciou o vereador de Canguçu Francisco Vilela (Progressistas), na segunda-feira (10), por injúria racial, após investigação sobre ofensa proferida por ele durante sessão da Câmara de Vereadores da cidade no Sul do Estado. O caso aconteceu no dia 5 de junho.
Sem perceber que o microfone estava ligado, Francisco chamou a servidora de "neguinha, puta". A trabalhadora estava presente na sessão, e identificou que ele se referia a ela. O g1 entrou em contato com o vereador, mas não obteve retorno até a última atualização dessa reportagem.

Após a sessão, a trabalhadora registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil, que investigou o caso e indiciou o vereador por injúria racial.

O Ministério Público analisou o indiciamento e entendeu que, além da injúria racial, o vereador deve responder por prática, induzimento e incitação de discriminação e preconceito de cor. A denúncia está sob sigilo, conforme o órgão.

A denúncia foi encaminhada à Justiça de Canguçu, e caso seja aceita, o vereador vira réu. Além do inquérito policial, Francisco Vilela também é alvo de uma comissão na Câmara que analisa pedido de cassação.

Relembre o caso
O vereador, conhecido como Xico Vilela, não teria percebido que o microfone da sessão estava ligado. A fala ocorreu após uma votação em que a servidora estava presente. Nas imagens, Xico Vilela aparece à esquerda do vídeo conversando com um outro vereador. Ele está vestido de cinza. 

Os vereadores haviam votado um projeto que troca a nomenclatura do cargo de auxiliar de enfermagem para técnico na esfera municipal. Cerca de 20 profissionais da prefeitura acompanhavam a sessão, na plateia.

A servidora, que prefere não ser identificada, afirma não ter percebido o xingamento no dia da sessão. "No outro dia de manhã de novo, o meu telefone não parou de tocar. As pessoas dizendo 'escuta direito, porque ele fala o nome de alguém", diz.

Depois disso, ao ouvir o trecho do vídeo, que foi transmitido ao vivo pelo YouTube da Câmara, a servidora afirma ter escutado o vereador falar "essa neguinha é puta, puta". Logo em seguida, ele menciona o nome do pai da servidora. "Aí me dei conta de que era de mim que ele estava falando".

A servidora relata que não havia discutido com o vereador durante a sessão. "Foi gratuito, porque eu não dirigi a palavra pra ele. Até agora não entendo", diz. (G1-RS)


Nenhum comentário: