Em outubro, o maior sistema público universal de saúde do mundo completa três décadas e reforça a importância da Atenção Primária à Saúde como porta de entrada
Em outubro, o Sistema Único de Saúde completa 30 anos. O SUS tem papel fundamental para a saúde do brasileiro, já que mais da metade da população depende do sistema para tratar, monitorar e prevenir doenças, além dos atendimentos de emergência. Diferente dos demais países do mundo, o Brasil tem o maior sistema público de saúde do mundo, custeado por impostos, sem cobrança de um segundo pagamento no momento das consultas e exames.
“Sabemos que nossa saúde pública enfrenta diversos problemas, desde acesso às consultas de rotina nas unidades básicas até as demandas de emergência e tratamentos mais complexos como transplantes e câncer. Porém, o SUS teve uma evolução durante esses 30 anos, que se não existisse, a qualidade de vida da saúde brasileira seria realmente inferior. Com esforços dos profissionais de saúde e também da Estratégia da Saúde da Família, o acesso está se expandindo. Estamos na metade do número ideal de equipe médicas, mas estamos avançando”, explica Patrícia Chueiri, secretária geral da SBMFC.
A Saúde da Família é a principal estratégia do Ministério da Saúde para reorientar o modelo de atenção à saúde da população a partir da atenção primária. As equipes são multidisciplinares, formadas médicos, enfermeiros, dentistas, técnicos ou auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde que, junto as comunidade, desenvolvem ações de promoção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico e tratamento, recuperação, reabilitação de doenças. Atualmente existem 40 mil Equipes de Saúde da Família implantadas. A execução da ESF é compartilhada pelo governo federal, estados, Distrito Federal e municípios. Ao governo federal cabe estabelecer as diretrizes nacionais da política e garantir as fontes de recursos financeiros para o componente federal do seu financiamento.
“Há muitos exemplos positivos sobre o SUS como as unidades básicas e as equipes com os médicos de família e comunidade, únicos especialistas formados com foco na Atenção Primária no Brasil. Esses médicos especialistas que estão espalhados em todas as regiões do país, realizam atendimento desde o pré-natal até os cuidados paliativos, visita domiciliar, medicina rural, onde os médicos atuam em locais remotos de difícil acesso. Como a Atenção Primária é a porta de entrada do SUS, o fortalecimento cada vez mais é essencial para que o sistema consiga, de fato, estender o atendimento a toda população. Além disso, há casas de partos, unidades de tratamento que são referência, campanhas de prevenção e de cobertura vacinal que contribuem para a saúde do brasileiro”, comenta a médica de família e comunidade.
O SUS em números:
- Atende 75% da população exclusivamente. Ou seja, 135 milhões de brasileiros que não possuem nenhum plano de saúde, os chamados “SUS dependente”;
- Com a Estratégia da Saúde da Família, 40 mil equipes formadas por multiprofissionais da área da saúde. As equipes são multidisciplinares, formadas médicos, enfermeiros, dentistas, técnicos ou auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde que, junto as comunidade, desenvolvem ações de promoção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico e tratamento, recuperação, reabilitação de doenças;
- oferece a maior cobertura vacinal do mundo gratuitamente, com cobertura nacional. Ao todo, são 19 tipos de vacinas diferentes, que erradicaram doenças virais como rubéola, hepatite, sarampo;
- O número de internações hospitalares sensíveis à atenção primária teve uma queda no de 20% entre 1999 e 2006. São consideradas condições sensíveis: hipertensão, diabetes, doenças respiratórias, que podem ser tratadas com acompanhamento médico periódico;
- Segundo o Governo Federal, existem mais 10 mil unidades básicas de saúde em construção espalhadas pelos mais de 5.800 municípios do país. Atualmente, mais de 38 mil estão em funcionamento.
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