NOVANET

Vida Plena

Gordices da KÁ

18 março 2015

Familiares prestam homenagens para Valdir Lopes

O pescador Valdir Lopes... sempre será pescador!
O ar ficou mais pesado hoje, o sol queimou intensamente... Mas a água do Rio Camaquã... ah... a água que a tantos e sempre supriu, no dia 14/03 suprimiu o ar de meu querido papai. Não foi, não será nunca fácil saber que quando a chama se apagou não estava ao seu lado, ou então pegando-o no colo, ou sei lá o que faria eu: um filho, que inundado de defeitos e pecados teria somente a vontade de fazer papai ficar com a gente, e em minha vaidade achei eu que seria capaz de vê-lo num momento que nunca o quereria ver, sozinho, eu estava sozinho (“não, sozinho NÃO: EU E DEUS”, como ele mesmo dizia) vi meu velho em seu leito de água, leito do também velho rio camaquã, ali ele dormia, descansava, repousava ou o que sobrava de um pobre vivente,  rico de pessoas que o amavam, tentou salvar seu corpo do sofrimento, mas acalmou sua alma tão perturbada que se encontrava. Nas mesmas águas que alegrias nos deu e a ele também ofereceu, nas mansas e violentas noites e nos dias de sol e chuva, nas chuvas que lavaram sua alma tantas vezes e que o fizeram outras tantas retornar ao meio de nossa família, em casa, agora não mais estará aqui, presente, tocando, abraçando, como um bicho que acalenta seus filhotes, assim ele o fazia conosco, era limitado, era bobo, era fraco, era humano; ele é, ele será sempre o pai que sempre quis ter... Defeitos???? Ora defeitos, somos feitos, imperfeitos, suspeitos em julgar sequer um bicho nos matos que ele adentrou. Então não serei eu, filho, a julgar as condições em que ele alicerçou sua vida. Foi num vício, numa doença não silenciosa. Mas foi também, com imensa tranquilidade e devoção, num Deus que cuidou dele nas centenas de idas e vindas, solitário por opção, nos rios que navegou e naquele que o ancorou.

Tive sim a difícil tarefa de ver aquela cena, o que de forma nenhuma faz desaparecer a figura de um homem que lutou até o fim e é a este homem que dedico minha luta por fazer um mundo melhor, sem preconceitos e espalhando as coisas boas que tenho a oferecer.





À minha querida família, que agora diminui, querida Mamãe Gelcira Rodrigues Lopes, mano veio Valdir Lopes Junior e “pequeno” maninho e “filho” Yuri Rodrigues Lopes, digo que serei forte, com a ajuda de Deus, pra que tenham em mim uma segurança e uma certeza de que o amor por vocês nunca poderá ser medido, assim como nunca saberemos realmente sobre os momentos finais da estória do nosso querido, nosso amado Valdir Lopes.

Aos amigos queridos um muito obrigado e tenham a certeza de que cada abraço que estou recebendo acalenta meu coração e me deixa melhor.

Luis Vagner Rodrigues Lopes   

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