O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou desaprovação de 49,8% em dezembro de 2024, o maior número desde o início do seu terceiro mandato. Os dados são da pesquisa realizada em dezembro pela AtlasIntel e Bloomberg, em relatório divulgado pela Latam Pulse nesta sexta-feira. Com a margem de erro de dois pontos percentuais, Lula oscilou no limite em comparação à última pesquisa, de novembro, quando marcou 47,8%. Apesar disso, o atual chefe de Estado é o nome mais citado como intenções de voto para a eleição de 2026 à presidência.
A queda na aprovação sai da margem de erro quando comparada ao mês de outubro, momento que Lula tinha 50,7% de aprovação e 45,8% de desaprovação. A avaliação de seu governo segue a mesma tendência: 44,6% dos brasileiros consideram sua gestão ruim ou péssima, enquanto 13,3% classificam como regular.
Segundo a Bloomberg, o descontentamento da opinião pública em relação ao governo é atribuído à "crescente frustração com a política econômica".
A pesquisa da AtlasIntel, conduzida entre os dias 26 e 31 de dezembro, ouviu 2.873 pessoas em todo o país, e o nível de confiança é de 95%. O estudo se propõe a fornecer uma análise precisa das dinâmicas políticas no Brasil e em outros cinco países da América Latina. No Brasil, o estudo integra um conjunto de indicadores que inclui índices de aprovação presidencial, polarização política e risco social.
Desaprovação entre homens e alta renda
Considerando o perfil econômico dos entrevistados, Lula é mais aprovado entre os que ganham mais de R$ 10 mil de renda familiar, com 53,9% de aprovação contra 43,3%. Aprovam também 51,5% dos entrevistados com renda entre R$ 5 mil e R$ 10 mil.
A desaprovação, porém, predomina entre as menores faixas de renda. De acordo com o levantamento, 52,5% das pessoas com renda entre R$ 3 mil e R$ 5 mil desaprovam o governo, contra 47,3% que aprovam. O resultado se repete na faixa de renda familiar entre R$ 2 mil e R$ 3 mil, com 51,6% de desaprovação contra 47,5%, e entre os que ganham até R$ 2 mil, com desaprovação de 50,1% e aprovação de 41,8%.
Com recorte de gênero, as mulheres são as que mais aprovam o governo, com 54,1% de apoio contra 41,4%. O cenário se inverte quando os homens são os entrevistados: 58,7% desaprovam Lula 3, enquanto 41,1% defendem o governo.
Sucessão em 2026
Lula é o favorito para as eleições presidenciais de 2026, segundo a pesquisa, nos dois cenários apresentados para o primeiro turno — sem o nome de Jair Bolsonaro, hoje inelegível —, e também nas simulações para o segundo turno.
O primeiro cenário apresentado tem o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como principal nome da direita para o Planalto, mas há outros desse campo, como o cantor Gusttavo Lima, que, na virada do ano, anunciou sua candidatura. Nas intenções de voto do 1° turno, o petista tem quase 10 pontos percentuais de vantagem (42,5%) sobre Tarcísio (33,2%), enquanto Pablo Marçal vem bem atrás com 6,9%. Votos brancos e nulos somam 8,8%.
Os outros políticos testados ficaram empatados dentro da margem de erro: Ronaldo Caiado (2,9%), Simone Tebet (2,1%), Sergio Moro (1,4%), Gusttavo Lima (1,3%) e Marina Silva (0,9%).
No segundo cenário, sai Tarcísio e entra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, em segundo lugar com 23,5% das intenções de voto. Nesse cenário, a vantagem de Lula salta para quase 20 pontos percentuais, registrando 41,2%.
Em um eventual segundo turno com o nome de Jair Bolsonaro na pesquisa, Lula lidera com 49% das intenções de voto, enquanto o ex-presidente aparece com 43%. Além disso, ambos se destacam como os favoritos na opinião pública para liderar suas respectivas correntes ideológicas: o petista é considerado o melhor nome para representar a esquerda e pautas progressistas nos próximos anos, enquanto o candidato do PL é apontado como o principal líder da direita e das pautas conservadoras.
Quando questionados sobre a possibilidade de Bolsonaro recuperar seus direitos políticos e sua elegibilidade para concorrer à presidência, 48,8% dos entrevistados responderam negativamente, enquanto 46,4% manifestaram apoio à ideia. (O Globo)
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